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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Caricatura da intimidade

Traços mal desenhados espalhados sobre uma tela suja de tintas de cores variadas que juntas, criavam uma nova coloração tão indigna quanto os dois corpos ali esboçados.
Um fundo musical tão triste, porém tão carnal, extraído dos filmes mais nostálgicos de C. Chaplin, uma dor borrada que borracha nenhuma consegue apagar, apenas espalhar mais a sujeira pelo quadro caótico de uma mente estúpida guardada dentro de uma floresta de espinhos afiados.
Ela está dançando sobre o palco agora, seus cabelos são como uma obra perfeita de Da Vinci, mas sua índole é tão admirável quanto o desenho tremido, criado pelas mãos de qualquer menino que tenha pego pela primeira vez no lápis e papel.
Os dois juntos em seu quadro sujo e escuro, projetaram a caricatura da intimidade, a qual arlequim nenhum consegue fitar sem chorar, a imoralidade desta obra é tão inocente que não há, indubitavelmente, ser que possa admirá-la sem menosprezá-la simultaneamente.
Garotos atrapalhados e meninas promíscuas, ambos procurando por um beijo melhor, uma transa mais ardente, um abraço mais forte, todos em um, uma orgia de características únicas que proporcionam a maior diversão que uma garota desnorteada pelos seus próprios punhos (a mentira conveniente) pode ter.
O que há a temer? O contrato da diversão não cita limites, por isso mesmo é tão temido. Uma dança erótica, um rebolado envolvente, uma dor lancinante, uma mágoa inesquecível, uma carcaça no chão, um homem chorão lamentando.
"MARCHEM!" Assim ecoou o grito na noite mais selvagem de uma cidade de bons garotos, todos carregando na carne, a caricatura da intimidade de si.

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