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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Nunca tão alto

Estou deixando a cidade e as marcas dos dedos impressas sobre as bordas dos porta-retratos que estavam sobre a mesa, agora sou regido pelo código da solidão, noite após noite eu vejo em dobro o que você só viu uma vez.
Enquanto você espera parado pela sua alma gêmea, eu vou ganhando terreno e aproveitando tempo, as feridas são tantas que não sinto mais dor. Ninguém faz a mínima ideia do lugar singelo pro qual parti, vou andando e ao invés de chorar eu me apaixono mais, abençoado pela lua, eu chuto o apoio da barraca e vou cantando canções de alguém que já não se importa com os modelos corretos e, como na canção, eu digo que meus herois morreram de overdose.
Se hoje sou um mito moderno, isso não importa mais, eu passei a minha vida toda desejando pela metade, mas agora é hora de achar aquilo que perdi há algum tempo.
Dizer adeus, assim como respirar, nunca foi algo que deu certo na minha vida, mas agora posso correr sem me cansar, posso me despedir sem chorar e finalmente posso acreditar na beleza de um olhar.
A esperança nunca foi meu forte, mas hoje a mesma se encontra mais forte queimando em mim, indiferente sobre o mundo dos sonhos, eu quebro todas as promessas e vendo minhas mentiras para comprar uma verdade, este sou eu daqui pra frente, estendendo novamente sonhos sobre o varal, esperando eles secarem enquanto procuro pelos pedaços da minha essência.

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