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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Multidão

Voltando pra casa junto com o sol que se põe aos poucos e vai se despedindo com preguiça, deixando um rastro em tons de dourado e rosa.
Meus passos passam cansados pela calçada, cabelo arrepiado e ares de quem sobreviveu a mais uma batalha, paro na esquina e tomo um café forte, são seis da noite e seis milhões de pessoas que passam pelas veias de asfalto dessa cidade, meus olhos castigados e ardidos, apenas observam as idas e vindas de quem venceu e de quem perdeu, mas há algo em comum entre todos na multidão, a esperança de um novo amanhã.
As estrelas nascem e mistificam a noite, um ar bôemio e romântico, a semântica da vida nos acordes do violão, paro quieto no sofá da sala, mas minha alma é hiperativa e minha mente nunca para, acabo afogando as ânsias e a armagura do dia em alguns goles de vinho, nada é tão bonito e simultaneamente tão triste quanto a falta de um abraço sob a luz da lua, a mesma luz que flerta com minha melancolia todas as noites.
Em minhas mãos não se repetem aquelas palavras, mas ecoam gritos silenciosos que clamam por uma companhia que te faça rir e acreditar que existe mais do que simples lutas por sucesso na vida, quero fraquejar por paixão, ser ingênuo, me perder em planos e devaneios, pintar a casa com uma cor qualquer que possa agradar você, seja lá quem você for, após tudo isso, me dou conta do quanto faço parte da multidão.

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