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segunda-feira, 22 de março de 2010

Este é o primeiro e último relato de um diário que só será atribuido ao hoje.

Alguns dias você acorda feliz, mesmo tendo encarado o maior gelo da sua vida, mesmo vendo sua ex namorada se esquivar de maneira covarde de você, mas é como disse, você acorda feliz pelo simples fato de ser um novo dia, novas possibilidades de fazer a coisa certa, de mostrar o quão bom você pode ser pra ela.
Então as coisas começam a dar certo de forma estranha, sua família se reúne sem fofocar de ninguém, seus amigos lembram de você, seu pai ausente te liga e sua tia distante aparece e, quando tudo parece estar na perfeita ordem, você toma o maior golpe que pode tomar, a dor é tanta que quase não se sente dor, pra ser sincero, não sei se é verdade, ou se foi maldade, não sei, juro que não sei de mais nada! To tão surpreso que minha mágoa quase não é sentida, é díficil assimilar o fim depois de tanto esforço e tanto amor. Injusto é se apaixonar logo depois de ter decidido que o amor não existe, mas ele existe, existe pra te elevar no ponto máximo do céu e depois te fazer despencar como uma pedra que se espatifa em mil pedaços, é duro demais crer que nossas mãos não irão se encaixar uma vez mais, é duro não sentir tuas carícias e não poder lembrar de uma das noites mais lindas da minha vida, a noite em que eu e você estavamos no sereno conversando sobre apartamento e filhos, mas agora no lugar de tanta euforia e sentimento, restou um vazio, um vazio que busca desesperadamente achar as razões que fizeram isso tudo acontecer.
Mas sabe o que é pior mesmo? Olhar pra frente e perceber que o pra sempre se foi nesta tarde, que a saudade vai permanecer sem poder morrer, que eu vou ler você noite após noite sem saber o que dizer ou como agir, que isso vai se refletir nas minhas aulas e na minha cara, nas mãos escondidas nos bolsos e nas lágrimas escorridas naqueles momentos sozinho na sala, Deus! Só ele sabe o quanto te amo, mas nada será útil agora, é hora apenas de chutar o pau da barraca, tatuar na pele a coruja alada e meter o pé na estrada no ônibus da empresa do seu pai, buscando um novo rumo pra mim, numa cidade qualquer que acolha minha solidão, trancafiado num quarto alugado, longe do mundo, estudando pra conquistar a nossa ilusão.

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