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sábado, 8 de agosto de 2009

Chuva


Eu passo no compasso de um malandro, vou caminhando embaixo dessa chuva, cada gota que me toca se espalha pelo linho vagabundo do meu paletó.
No meu headfone, um rife de guitarra explode em sons psicodélicos servindo de trilha sonora para aquela dor e melancolia, em meu peito remorso e alegria disputam acirradamente por cada cm dentro de minha alma.
Então eu paro debaixo do toldo, todo molhado, sinto o vento frio transpassar o paletó, meus sapatos enxarcados me enxem de agonia, me sinto quase afogado, um pouco (ou muito) exagerado, mas acontece que sinto essa sensação.
Meu isqueiro não acende, não diferente são as idéias, sou tão vazio que nem o eco ecoa em mim, mas meu veneno não mata, ele cura, porém comigo mata, deturpa, pois não sou herói, nunca me declarei santo, nem anjo de ninguém, mas também não sou vilão e nem demônio.
Passo minutos a fio pensando em como pensar sob frio e chuva, tenho certeza de que irei gripar, mas mesmo assim sorrio, sorrio devagar no compasso dessa chuva.

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